terça-feira, 13 de abril de 2010

O livro eletrônico substituirá o impresso?


Vamos aos pontos positivos:
  • Cabe mais de 1500 livros
  • A bateria dura mais de 2 semanas
  • É leve e do tamanho de um livro
  • A tecnologia do papel eletrônico, sem luz de fundo, dá conforto na leitura
  • Os livros são mais baratos do que os impressos
  • Vem com 3G pago pela Amazon
  • Faz anotações nos textos e buscas no conteúdo
  • Lê os textos em voz masculina/feminina, acelerada/lenta
  • Sincroniza os livros com o aplicativo do iPhone
  • Surpreendentemente, a poucas semanas a Amazon soltou uma atualização que permite transferir arquivos em PDF via USB para o Kindle
Agora os pontos negativos:
  • Conecta somente na loja da Amazon e na Wikipedia
  • Lê os textos somente em inglês
  • Poucos títulos em português
  • Não roda vídeo
  • Comprar livros, só na loja da Amazon
  • Tela preto e branco
Dá para imaginar no futuro a grande pilha de livros substituída por um aparelho com esse? A moda da sustentabilidade diz que sim, derrubaríamos menos árvores. De outro lado, temos o mercado canibal de autores/editoras e ainda imposição de restrições sobre os direitos autorais e mecanismos eficientes sobre o controle de distribuição e compartilhamento. Ok, hoje eu posso emprestar o livro, mas não posso tirar cópia (xerox mesmo) para dar a alguém.

O universo aberto pelo livro eletrônico é a nova fronteira do conhecimento humano, mas isso não impede que o capitalismo interfira nessa história.  Os grandes fazendeiros donos de milhares de terras onde eles plantam eucaliptos não vão deixar barato, assim como os donos de emresas de eletrônicos não perdem por eserar por essa inovação. Então não se pode prever como será daqui em diante.


Parte da matéria em:

quinta-feira, 1 de abril de 2010

PAUSA PARA GUTENBERG

Livros Eletrônicos Terão Vídeos e Ilustrações Dinâmicas

    O ano de 2010 será conhecido como aquele em que resolvemos aposentar o senhor Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg. Desconfio até que ao imprimir e encadernar o primeiro livro do mundo (a Bíblia, em 1439) olhou para a impressora e pensou: “Esse sistema deu certo. Mas logo vão inventar algo melhor”. Depois de 570 anos, o livro está igual. Mas o mundo finalmente se moveu. Primeiro foi a popularização do leitor eletrônico, o Kindle. Depois virá a provavel explosão de vendas do Ipad. O terceiro sinal eu acabei de ler no New York Times. Anne Rice, autora de Entrevista com o Vampiro está preparando a edição eletrônica “reforçada” do novo The Master of Rampling Gate. Não será um “book”, mas um “vook”-um vídeolivro. A empresa que o produz se chama Vook e faz livro para computadores e Iphones.
    O The Master of Rampling Gate manterá a concepção do livro eletrônico, com letras e ilustrações. Mas incluirá uma entrevista em vídeo com a atura e um passeio por Nova Orleans (Cenário do conto) com seu filho, Christopher. Como ela disse, “estamos no meio de uma revolução”. Para quem tem imaginação, as possibilidades são infinitas- ilustrações dinâmicas, música, narração simultânea .Gutenberg pode enfim passar o resto de seus dias com a gratidão dos humanos. Feliz porque, quase seis séculos depois da sua Bíblia, damos um passo a frente.
    Aliás, li a notícia no Times Reader, que aponta um bom caminho para os jornais superarem a era do papel (acho que as edições tradicionais continuarão existindo, mas vendendo cada vez menos). Existem outros leitores de jornais eletrônicos, mas nenhum tão bem-sucedido quanto o Times Reader. Você consulta o New York Times quase inteiro, de graça. Mas o ato de “ler o jornal” se perde. A web é a mais dispersa das mídias. A tendência é que você leia o que interessa e pule a maior parte dos textos. Isso nos empobrece. Passar os olhos pelo jornal sempre nos obrigou a ampliar os horizontes de realidade.
    Por 13,80 dólares por mês(cerca de 25 reais) você recebe o NYT inteiro no Times Reader. Outros jornais(inclusive no Brasil) procuram fazer uma imitação do ato de ler-mostrando páginas inteiras viradas em animação. O Times Reader “remasteriza” o jornal. Esquece a versão de papel. Cada noticia é lida separadamente. Com dois dedos você folheia (olha o termo analógico!) o jornal todo. Seta para baixo, lê a próxima pagina do texto. Para a direita, outra matéria. As últimas seis edições ficam a disposição. Há “cadernos” de fotos e vídeos e uma seção de palavras cruzadas realmente pensada para a era digital.
    Minha teoria para a nova era de leitura digitalizada é: quanto menos imitar o papel, melhor. Quanto mais for pensada digitalmente, mais rápida será a mudança. Os conservadores, que seguirão fiéis aos livros impressos com tinta e costurados com linha, serão cada vez menos. O resto de nós deve apertar os cintos porque a aventura mal começou.

Escrito por Dagomir Marquezi
Matéria retirada da revista info março/2010